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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

 
METAMORFOSE


Se noite me cobre de estrelas,
Bato asas de vaga-lume.
Visto-me com sua luz,
Rodopio como bailarina à beira do lume.
Se céu escuro se forma,
De nuvens pesadas sobre mim.
Banho-me nas águas do céu,
Nelas gotejo esperando alívio enfim.
Se raios de sol tocam-me a pele,
Aqueço e do casulo saiu – viro borboleta.
Num bater bailado de asas,
©Maria Lucilia Cardoso. Todos os direitos reservados
Ando pensando em ti, e quando penso.
As horas passam mansas, coloridas
E enquanto passam mais eu me convenço
Que um dia se unirão as nossas vidas

E seremos feitos de um carinho imenso...
E não se haverá choros nem despedidas
E seguiremos rotas do bom senso
Quando barreiras forem-nos erguidas...

Utopia...? Sonho...? Pode até bem ser...
Mas, e daí? Do que vale a existência
Se ao menos sonhos não pudermos ter?

O resto... O mundo pouco ou nada importa
Num sonho as vezes há tanta inocência
Que até renasce alguma vida morta...

©Jenário de Fatima. Todos os direitos reservados
Reflexão

Suspeito de quem se enaltece
Olha só as qualidades
De quem gosta de gabar-se,
Ostentan-se assim:
Sou inteligente
Simpático
Bonito
Bom amigo
Comunicativo
Aonde chego é uma festa!
Cuida-se nesta não entre.
Pois está faltando humildade
Caráter se conhece pela simplicidade
Amigo, espera o elogio dos outros.
Jesus foi humilde
E isso nos ensinou.
Somos nada num segundo
Nos transformamos em pó
Dele viemos para ele vamos voltar
E arrogância se acaba
Numa tumba gelada.
TEREZINHA C WERSON
IMPERFEITO SONETO DO AMOR MADURO
Oswaldo Antônio Begiato

Vim aqui fazer uma visita breve
Mas trouxe, no estribo da boca, o verbo,
Porque viver mesmo, sem dizer “eu te amo”,
Ninguém vive. Ninguém sobrevive. Ninguém.

Não quero que a fascinação te cegue,
Nem quero o despojamento te calando,
Quero-te com os ouvidos soltos aos sons
E o coração leviano, manso e entregue.

Assim poderei dizer: - Te amo! Sem medos,
Com todas as palavras expostas pela dor
E que o silêncio escondeu de mim e de ti.

Que minha vida continue sempre assim
Jamais precisando te perdoar nada,
Mas sempre precisando te pedir perdão.

SEGREDO DE POLICHINELO
Oswaldo Antônio Begiato

Frágil, tenho medo de que revele
O segredo que lhe deixei
Guardado dentro de nosso beijo.
Quebro-me fácil dentro de sua boca;
Meus pedaços lhe entrego, sem defesas.
No meio deles, os ruídos;
Nos ruídos, a sintonia;
Na sintonia, as semibreves,
Nas semibreves, as sílabas;
Nas sílabas, as conjunções;
Nas conjunções, minha carne;
Na carne, o beijo irreversível;
No beijo, o segredo que lhe deixei.
Frágil, tenho medo de que o revele.