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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

AS FLORES
Oswaldo Antônio Begiato

As flores rubras, 
despencadas da tenra primavera,
amanheceram na poça de óleo
mitigadas por gotas geladas de sereno.
Tão delicadas! Tão flores!

Faziam um reflexo rubro-negro
sobre a profundidade inviolável;
sobre o abismo intemporal;
sobre o infinito inescrutável.
Tão copiosas! Tão flores!

E nada mais no Universo todo
continha tanta doçura e tanta tristeza e tanta eternidade
como aquela imagem solitária abandonada à margem da rua.
Tão infindáveis! Tão flores!