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quarta-feira, 20 de julho de 2011





Existe a dor...

Porque nada se extingue por completo,

Algo sempre substitui o que vai...

Existe a dor do corte,

Você grita e chora,

E, passa.

Existe a dor do parto,

Dói, mas algo nasce,

E é sempre belo.

A dor das cicatrizes,

Essas só doem quando o céu ameaça chuva.

A dor do castigo,

pagando por algo feito,

com efeito do mal-feito.

O arrependimento também dói,

Mas só depois de concretizado o fato.

E depois que já é tarde.

Existe dor latejada,

Lembrando à cada segundo que somos frágeis.

A dor exarcebada ...

Essa é forte, quase insuportável.

Também tem aquela que nasce do gozo,

Gritamos sufocados por lençóis, fronhas e coxas,

bocas e peitos.

Mas, dentre todas,

Existe uma que não podemos gritar,

Nem chorar,

Nem revidar,

Ela chega, toma conta do ser,

Toma conta dos pulmões parece,

Porque sufoca,

Arranca lágrimas dos olhos e nem oferece o consolo do lenço,

Se instala, e como uma rapina,

Nos tira da terra e nos despenca do céu,

Nos empurra goela a baixo o fel amargo,

Nos faz procurar um canto escuro,

E, como um ladrão, nos leva a calma.

Essa dor é insuportável,

De todas, a mais cruel, porque não cabe revide,

Só desesperança.

Essa é a dor da indiferença,

A dor do silêncio,

Sem grito, sem lágrimas, sem gozo

Só dor ... e dói.

Dói muito...

Nada a fazer...

A não ser chorar...

E rezar, rezar pra que ela vá embora,

Um dia quem sabe.


Luiz wood





Vertente

Debruço-me num canto
da janela dos meus olhos

Verto versos 
Cristalinas contas se avolumam
Densas enevoam 
Escorrem

Dissolvem lembranças
desbotam a flor macia
da minha face

E o avesso da alma se esconde 
no sorriso esmaecido
nascido em outra estação

Vanderluza T. de Albuquerque


Quando o véu rasgou,
e toda a verdade foi revelada,
meus olhos choraram.
Meus dedos se crisparam,
minha veia saltou.
Agora tudo dá no mesmo....
Um campo verde,
um trilho frio,
a montanha gelada,
o deserto vazio.
Tudo é o mesmo...
Que diferença faz?
Se a paz foi declarada,
se o ódio se completou,
se os olhos de fecharam?
Qual o sentido?
De declamar,
de ser o que se é,
de viver e morrer?
Não existe mais nada
entre eu e a verdade,
entre o ser o que foi,
desejar o que virá,
e o acontecer já.
O véu está rasgado,
o céu desceu,
nuvens se precipitaram,
o desejo morreu.
E se calou....

Luiz wood


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