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segunda-feira, 4 de julho de 2011




























MEU JARDIM

No dia em que nasci,
Meu mapa era alto astral,
Meia noite e dez, em pleno Carnaval!
Daquela noite de lua em diante,
Dentre tantas estrelas no céu cintilantes
A minha brilhou e tornou-se real!

Cresci entre versos, caneta e papel,
Coloridos sonhos, retratos em tela
Fazendo-me crer que a vida era bela!
Mas o tempo então foi passando,
E as fases da vida mudando,
Fazendo-me crer que a vida era guerra!

Lutei em combates em meu roseiral,
Hoje não sou a mulher sempre igual,
Porque a poesia faz parte de mim,
Só ela me faz crer na vida assim:
“repleta de flores, de rosas, jasmins...”
Mas tudo na vida depende enfim,
da forma de como se planta o jardim!

(Reggina Moon)









TESTAMENTO

O que não tenho e desejo
é o que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros - perdi-os...
Tive amores - esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado,
Foram terras que inventei.
Gosto muito de crianças:
Não tive um filho de meu.
Um filho!... Não foi de jeito...
Mas trago dentro do peito
Meu filho que não nasceu.
Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!
Não faço versos de guerra.
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta em que não lutei!

(Manuel Bandeira)















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