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terça-feira, 16 de novembro de 2010


Infinda dor

No limbo da noite
ela chega sombria
pela réstia da luz me espreita
silente debruça-se
na janela da minha tristeza

Quieta se aproxima
me despe rasga minha pele
adentra meu corpo
feito flor desabrocha
pétalas doridas dentro de mim

Na escuridão tênue
do meu silêncio dor funda
degusta minha paz
meu coração poeta grita
minha alma se agita

Dor incolor infinda
faz lágrima escarlate
arde feito fogo
densa encharca meu olhar
escorre por meus dedos

Dor machuca palavras
molha meus versos.
solidão me consome
faz minha alma solitária
viver só de poesia

(Van Albuquerque)

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