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segunda-feira, 18 de julho de 2011

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JARDINS DO HAITI

É da desgraça
que nasce a esperança
A noite escura
vela o sono
do novo amanhecer
É no desejo de tocar
onde a mão não alcança
refazendo o jardim
onde flores irão renascer

GilbertoMaha®©
ABS POETICOS






Se tudo quanto existe

Se tudo quanto existe
é lenta evolução,
longa transformação
sem Deus e sem mistério;
se tudo no Universo tem sentido
sem o sopro divino;
se o segredo da vida, a criação,
se explica pela ciência,
e a corrente vital
é também consequência;
se a humana consciência
é simples equação...
— que significa a vocação do eterno,
que quer dizer a aspiração do Céu
e o terror do inferno?

E se acaso é o instinto a lei da vida,
se a verdade
é só necessidade
inexorável, lenta, laboriosa,
que sábia explicação
tem esta frágil, esta inútil rosa?

(Fernanda de Castro)






APOSTA

Enquanto chovia essa tarde
Eu apostei meus últimos sentimentos
Lancei-os um a um no vento
E nunca mais os pegarei de volta!
Agora que se acalma a tempestade
E o barulho das ondas me incomodam
Me falta parte da cor da aurora
E uma boa medida de tempo
Apostei sem dó, sem arrependimento,
Talvez por alegria, talvez descontentamento,
Vou indo, sem saber se voltarão,
Mas poderei dizer que arrisquei...
Ganhei? Perdi? Não sei!
Só passando, me refazendo,
Só assim, um dia,
[quem sabe?]
saberei.

(Cáh Morandi)



Amor.Simplesmente Amor

Patético!? Sim eu sou...
Porque amo pateticamente.
O amor me deixa sem limites
Sem margem, fronteiras para sonhar
M’alma tem sede do divino prazer de amar
Ardo em fogo, queimo no infinito
Como estrela, mesmo depois de morto
A luz desse amor viajará pelas galáxias
Iluminando mundos.

Derramo-me em sangue, seiva e vida
Deságuo minhas lagrimas em palavras
Visto-me de cambraias, me cubro de promessas
Pelo simples prazer de sofrer de amar...

Vagueio por entre abismos de sentimentos
Montando um cavalo de muitas luas
Na bagagem levo-te um presente
Minha humana incompletude.
Dou-te meu pior e meu melhor...
Porque só no amor sou inteiro.

(Alex Simas)





A VOCÊ, COM AMOR

O amor é o murmúrio da terra
quando as estrelas se apagam
e os ventos da aurora vagam
no nascimento do dia…

O ridente abandono,
a rútila alegria
dos lábios, da fonte
e da onda que arremete do mar

O amor é a memória
que o tempo não mata,
a canção bem-amada
feliz e absurda…

E a música inaudível…

O silêncio que treme
e parece ocupar
o coração que freme
quando a melodia
do canto de um pássaro
parece ficar…

O amor é Deus em plenitude
a infinita medida
das dádivas que vêm
com o sol e com a chuva
seja na montanha
seja na planura
a chuva que corre
e o tesouro armazenado
no fim do arco-íris.

(Vinicius de Moraes)

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