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quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Intensamente
Tenho um instinto só meu.
Gosto de viver assim,
sem limites,
fazendo a vida se moldar em mim.
Brinco com o tempo,
contrariando sua exactidão.
Nada pode ser sério demais.
Sigo os ponteiros do meu coração.
Sou de um jeito exagerado,
Sou o espanto por não ter
na fala a pausa precisa.
Sou borboleta arisca,
que arrisca,a espera da flor mais bela.
Sou a cada minuto,
a sugestão de um momento.
Sou sentimento, apego,carinho,a falta.
Por quanto tempo eu viver,
seguirei achando que ainda
não amei o suficiente.
Sou só eu mesma a todo instante.
(Patty Vicensotti)
Tenho um instinto só meu.
Gosto de viver assim,
sem limites,
fazendo a vida se moldar em mim.
Brinco com o tempo,
contrariando sua exactidão.
Nada pode ser sério demais.
Sigo os ponteiros do meu coração.
Sou de um jeito exagerado,
Sou o espanto por não ter
na fala a pausa precisa.
Sou borboleta arisca,
que arrisca,a espera da flor mais bela.
Sou a cada minuto,
a sugestão de um momento.
Sou sentimento, apego,carinho,a falta.
Por quanto tempo eu viver,
seguirei achando que ainda
não amei o suficiente.
Sou só eu mesma a todo instante.
(Patty Vicensotti)
Roxo aperta.
Roxo é travoso e estreito.
Roxo é a cordis, vexatório,
uma doidura pra amanhecer.
A paixão de Jesus é Roxa e branca,
pertinho da alegria.
Roxo é travoso, vai amadurecer.
Roxo é bonito e eu gosto.
Gosta dele o amarelo.
O céu Roxeia de manhã e de tarde,
uma rosa vermelha envelhecendo.
Cavalgo caçando o Roxo,
lembrança triste, bonina.
Campeio amor pra Roxeamar paixonada,
o Roxo por gosto e sina.
[Adélia Prado]
Roxo é travoso e estreito.
Roxo é a cordis, vexatório,
uma doidura pra amanhecer.
A paixão de Jesus é Roxa e branca,
pertinho da alegria.
Roxo é travoso, vai amadurecer.
Roxo é bonito e eu gosto.
Gosta dele o amarelo.
O céu Roxeia de manhã e de tarde,
uma rosa vermelha envelhecendo.
Cavalgo caçando o Roxo,
lembrança triste, bonina.
Campeio amor pra Roxeamar paixonada,
o Roxo por gosto e sina.
[Adélia Prado]
Não aprendi a colher a flor
sem esfacelar as pétalas.
Falta-me o dedo menino
de quem costura desfiladeiros.
Criança, eu sabia
suspender o tempo,
soterrar abismos
e nomear as estrelas.
Cresci,
perdi pontes,
esqueci sortilégios.
Careço da habilidade da onda,
hei-de aprender a carícia da brisa.
Trémula, a haste
me pede
o adiar da noite.
Em véspera da dádiva,
a faca me recorda, no gume do beijo,
a aresta do adeus.
Não, não aprenderei
nunca a decepar flores.
Quem sabe, um dia,
eu, em mim, colha um jardim?
Mia Couto
sem esfacelar as pétalas.
Falta-me o dedo menino
de quem costura desfiladeiros.
Criança, eu sabia
suspender o tempo,
soterrar abismos
e nomear as estrelas.
Cresci,
perdi pontes,
esqueci sortilégios.
Careço da habilidade da onda,
hei-de aprender a carícia da brisa.
Trémula, a haste
me pede
o adiar da noite.
Em véspera da dádiva,
a faca me recorda, no gume do beijo,
a aresta do adeus.
Não, não aprenderei
nunca a decepar flores.
Quem sabe, um dia,
eu, em mim, colha um jardim?
Mia Couto
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