Rosa de amor em filigrana e ouro, na poeira das gavetas onde sopra tua voz talvez, quando me chamas. Rosa de uma raíz que não ousamos, mais real que as aparências do mundo onde sofremos viver. Não vale o peso do metal, nem a feitura: vale a sensualidade destas almas loucas, vale a vida que passou, solene, e não nos lança sequer um olhar. (Lya Luft em 'Para não Dizer Adeus') . |
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sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Para as rosas, escreveu alguém,
o jardineiro é eterno.
E que melhor maneira de ferir o eterno
que mofar das suas iras?
Eu passo, tu ficas;
mas eu não fiz mais que florir e aromar,
servi a donas e a donzelas,
fui letra de amor,ornei a botoeira dos homens, ou expiro no próprio
arbusto, e todas as mãos, e todos os olhos me trataram
e me viram com admiração e afeto.
Tu não, ó eterno;
tu zangas-te, tu padeces, tu choras, tu afliges-te!
A tua eternidade não vale um só dos meus minutos.
Machado de Assis
o jardineiro é eterno.
E que melhor maneira de ferir o eterno
que mofar das suas iras?
Eu passo, tu ficas;
mas eu não fiz mais que florir e aromar,
servi a donas e a donzelas,
fui letra de amor,ornei a botoeira dos homens, ou expiro no próprio
arbusto, e todas as mãos, e todos os olhos me trataram
e me viram com admiração e afeto.
Tu não, ó eterno;
tu zangas-te, tu padeces, tu choras, tu afliges-te!
A tua eternidade não vale um só dos meus minutos.
Machado de Assis
Rosa vermelha
A esposa do guerreiro está sentada à janela
De coração aflito, borda uma rosa branca numa almofada de seda.
picou-se no dedo! Seu sangue corre na rosa branca, que se torna vermelha.
Seu pensamento vai ter com seu amado, que está na guerra
e cujo sangue tinge, talvez, a neve de vermelho.
Ouve o galope de um cavalo...Chega, enfim, seu amado?
É apenas o coração que lhe salta com força no peito...
Curva-se mais sobre a almofada e borda com prata
as lágrimas que cercam a rosa
vermelha.
Li Po
A esposa do guerreiro está sentada à janela
De coração aflito, borda uma rosa branca numa almofada de seda.
picou-se no dedo! Seu sangue corre na rosa branca, que se torna vermelha.
Seu pensamento vai ter com seu amado, que está na guerra
e cujo sangue tinge, talvez, a neve de vermelho.
Ouve o galope de um cavalo...Chega, enfim, seu amado?
É apenas o coração que lhe salta com força no peito...
Curva-se mais sobre a almofada e borda com prata
as lágrimas que cercam a rosa
vermelha.
Li Po
Rosa sem Espinhos
Para todos tens carinhos,
A ninguém mostras rigor!
Que rosa és tu sem espinhos?
Ai, que não te entendo, flor!
Se a borboleta vaidosa
A desdém te vai beijar,
O mais que lhe fazes, rosa,
É sorrir e é corar.
E quando a sonsa da abelha,
Tão modesta em seu zumbir,
Te diz: «Ó rosa vermelha,
» Bem me podes acudir:
» Deixa do cálix divino
» Uma gota só libar...
» Deixa, é néctar peregrino,
» Mel que eu não sei fabricar ...»
Tu de lástima rendida,
De maldita compaixão,
Tu à súplica atrevida
Sabes tu dizer que não?
Tanta lástima e carinhos,
Tanto dó, nenhum rigor!
És rosa e não tens espinhos!
Ai !, que não te entendo, flor.
Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'
Para todos tens carinhos,
A ninguém mostras rigor!
Que rosa és tu sem espinhos?
Ai, que não te entendo, flor!
Se a borboleta vaidosa
A desdém te vai beijar,
O mais que lhe fazes, rosa,
É sorrir e é corar.
E quando a sonsa da abelha,
Tão modesta em seu zumbir,
Te diz: «Ó rosa vermelha,
» Bem me podes acudir:
» Deixa do cálix divino
» Uma gota só libar...
» Deixa, é néctar peregrino,
» Mel que eu não sei fabricar ...»
Tu de lástima rendida,
De maldita compaixão,
Tu à súplica atrevida
Sabes tu dizer que não?
Tanta lástima e carinhos,
Tanto dó, nenhum rigor!
És rosa e não tens espinhos!
Ai !, que não te entendo, flor.
Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'
Um poema e uma rosa Cai a noite, silenciosa e sombria Da minha janela fico a contemplar Os rumores de uma triste noite fria Com olhos marejados, alivio meu chorar Ouvindo um piano, ao longe, a noite a ilustrar. Qual divino encanto, toque em maestria Abrigo sereno d’algum coração apaixonado Que se desdobra, triste, enamorado Como a chamar, em melodia, seu ser amado Como uma prece de ternura e devoção. Oh ! maestro triste em noite enluarada Encanta-me em perfeita harmonia Sem saber que sou eu a sua incógnita amada Debruço-me a beber todo som com alegria Me delicio, me embriago, docemente encantada. Fonte, onde me abasteço para redigir Poemas de amor a ti sempre aendereçar Cantas nas ocultas sombras ...eu a ouvir Roubo de ti toda emoção do teu cantar Em silencio, sem afoite...leve sorrir Mais um poema e uma rubra rosa Em tua janela irei deixar. Donna Miranda |
Natureza morta E se eu te oferecesse uma rosa vermelha, da cor do sangue, para que o dia se alegrasse? Há dias assim, penso nas rosas vermelhas como se elas tivessem a magia de tudo transformar. Talvez me olhasses de outro modo talvez me oferecesses plantas do teu jardim e os frutos maduros do teu pomar. Talvez o chilrear dos pássaros nos seduzisse e eu deixasse de ser uma natureza morta!... Alexandre de Castro |
Rosas Rosas que já fostes, desfolhadas Por mãos também que já se foram; rosas Suaves e tristes! Rosas que as amadas Mortas também, beijaram suspirosas... Umas rubras e vãs, outras fanadas, Mas cheias do calor das amorosas... Sois aroma de alfombra silenciosas Onde dormiram tranças destrançadas Umas brancas, da cor das pobres freiras, Outras cheias de viço e de frescura, Rosas primeiras, rosas derradeiras! Ai! quem melhor que vós, se a dor perdura, Para coroar-me, rosas passageiras, O sonho que se esvai na desventura? Alphonsus de Guimaraens |
Boca que te quero beijos
Lábios vermelhos meus
Serrados em segredos
Sedentos e provocantes
Perdição da minha vida
Apenas por instantes
Te desejo oh portal de minha loucura
Deixe-me perder nos lábios teus
Sábios lábios
Escolhidas palavras
Sussurradas ao ouvido
Arrepiando a pele
Lábios vermelhos meus
Serrados em segredos
Sedentos e provocantes
Perdição da minha vida
Apenas por instantes
Te desejo oh portal de minha loucura
Deixe-me perder nos lábios teus
Sábios lábios
Escolhidas palavras
Sussurradas ao ouvido
Arrepiando a pele
Fitando os olhos
Matando-me num beijo..
Matando-me num beijo..
Contradição...
Sou silêncio da noite
e o tumulto do dia.
Sou um oceano revolto
e a calmaria da nascente.
A suavidade da chuva
e a fria tempestade!
Sou a verdade dos fatos
e as mentiras da vida.
Sou a felicidade do amor
e a despedida sofrida.
A esperança no futuro
e a insólita realidade...
Sou multidão acompanhada
na solidão da minha alma,
no infinito de mim mesma...
Assim me sinto.
Assim sou Eu!
(Renata Mangeon/
Ginna Gaiotti)
-04/05/09-
Sou silêncio da noite
e o tumulto do dia.
Sou um oceano revolto
e a calmaria da nascente.
A suavidade da chuva
e a fria tempestade!
Sou a verdade dos fatos
e as mentiras da vida.
Sou a felicidade do amor
e a despedida sofrida.
A esperança no futuro
e a insólita realidade...
Sou multidão acompanhada
na solidão da minha alma,
no infinito de mim mesma...
Assim me sinto.
Assim sou Eu!
(Renata Mangeon/
Ginna Gaiotti)
-04/05/09-
Pra não pensar nele, eu não lutava pra esquecê-lo. Eu tive medo que – tarde da noite, quando a exaustão pela falta de sono quebrasse minhas defesas - eu acabasse me dando por vencida. Eu tive medo que minha mente fosse como uma peneira, e que algum dia eu não lembrasse mais a cor exata dos seus olhos, a sensação do toque da pele fria ou da textura da voz dele. Eu podia não pensar nisso, mas eu precisava me lembrar disso. Porque só havia uma coisa na qual eu precisava acreditar pra ser capaz de viver - eu precisava saber que ele existia. Isso era tudo. Tudo mais podia ser suportado. Contanto que ele existisse. (New Moon - Stephenie Meyer)
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