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quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Arranco do âmago um baú,
pedras raras,
preciosas, a mensagem por gritar.
Abomino
os sermões,
que questionam o tesouro que me habita,
mas pesa a culpa ,
porque transporto estas vozes,
estas palavras,
soterradas em mim,
germinando sem licença,
possuindo os sentidos.
Nunca sublimei instintos,
nem desviei o rio do seu leito,
porque sou chamada assim,
a proclamar alturas e lonjuras,
a colocar epitáfios nos portais,
anunciando o antídoto da morte?
Deixai-me ser ponte,
istmo,
corda de sisal,
trocar de margem,
dormir sob o lodo,
descansar meus nós na paz desejada.
(Helena Figueiredo)
Não ousaria te confessar
Ela sempre chega suave,
Chega em passos lentos,
Sorriso estampado,
Mãos abertas,
Braços estendidos!
Ela sempre chega mansa,
Olhos pedindo,
Boca molhada,
Vestido solto,
Pele ardendo!
Ela sempre chega,
E me encontra,
Esperando,
Desejando,
Vivendo,
Amando!
Você sempre chega,
Eu sempre te espero....
Luiz wood
MUNDO INTERIOR
Ouço que a natureza é uma lauda eterna
De pompa, de fulgor, de movimento e lida,
Uma escala de luz, uma escala de vida
De sol à ínfima luzerna.
Ouço que a natureza, - a natureza externa, -
Tem o olhar que namora e o gesto que intimida,
Feiticeira que ceva uma hidra de Lerna
Entre as flores da bela Armida.
E contudo, se fecho os olhos, e mergulho
Dentro de mim, vejo à luz de outro sol, outro abismo
Em que um mundo mais vasto, armado de outro orgulho,
Rola a vida imortal e o eterno cataclismo,
E, como o outro, guarda em seu âmbito enorme,
Um segredo que atrai, que desafia, - e dorme.
[Machado de Assis]
apenas uma distância onde meus braços alcancem um abraço!
onde não tenhamos distâncias nem lonjuras...apenas abraços. Ah...tente me alcançar, me encontrar num esconde-esconde (...NOVE...DEZ! lá vou eu! quem se escondeu, se escondeu, quem não se escondeu, não se esconde mais...). Me encontre...
Eu nem me escondi tão bem assim, me encontre!
Passa-anel...se esta com você, ganho um beijo lindo...um beijo de estrelas!
Se está comigo...ganha você!
Pião colorido...fieira suja...bolinhas de vidro!
E você brincando comigo...Na lua!
Luiz Wood
Mas não são todas
loucas,
Eu aposto...
Nenhuma expõe
o amor,
Como eu exponho...
Nem fala do desejo,
este ansioso
Que sinto por você,
homem gostoso...
Será que tem vontade
outra mulher,
De te tirar a roupa
assim com a boca,
E ao mesmo tempo
te beijar bem louca,
Visualizando já
agoniada,
A parte entumecida,
e arrepiada...
Te deixa fazer dela
o que quiser ?
Será que brinca
os jogos mais diversos,
E fala em seus ouvidos
tantos versos,
Que enlouquecido
pede mais e mais...
Mas não são todas
loucas,
Eu aposto...
para gostar do jeito
Que eu já gosto,
Mesmo não sendo
ainda tão sincero...
Quero te possuir,
ah, como eu quero!!!
Dorothy de Castro- Autora Orgasmo Poético
NÃO TE AMO
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
(Almeida Garret)
Cheio de tédios,
fico inventando coisas pra fazer....
Ah, sei lá,
acho melhor você vir me ver, e acabar logo com
essa história!
Luiz wood
Sei-te tanto!
NO TEU INFINITO...
Não digas que o meu amor não te serve mais.
Lembra-te das horas puras, da paixão, e desejo;
Lembra-te, oh, meu amor, do místico beijo,
Que nem no tempo mais extenso se desfaz!
Amo-te demais, oh, meu amor, amo-te demais!
Não vás ao destino se entregar, em mim te deixo
Apossar-se dos meus dias plenos e de ensejo,
A rogar-me na alma os infinitos dias de paz...
Sou do teu amor à sombra o teu mesmo amor,
O agrado do teu peito, o cálice, sou o teu calor,
O sangue a te queimar o corpo nas horas frias!
Não digas, oh, meu amor, não digas mais nada...
Veja o sol que deita, veja a lua beijar a alvorada,
Eu sou o oiro a clarear o infinito dos teus dias!
(Poeta Dolandmay)
Chega de colecionar,
Asas viradas
ninguém é só bom ou ruim
pensem o que pensem assim somos
mestiços de anjo e demônio ...
*líria porto
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