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sexta-feira, 25 de junho de 2010


Parece que vivo num deserto…
Porque não encontro quem eu quero.
Nem sei se existe este anjo Orfeu
Só sei, que é assim que eu lhe chamo.
Para ele, visto-me de branco
Em jeito de anjo.
Subo ao altar
Sonhando com o seu sagrado olhar.
Venero o seu amor
Sem lhe conhecer a dor.
Solto-lhe um beijo
De adocicado sabor.
Abro-lhe os braços
Para um apertado abraço.
Tudo isto num sonho…
Que não se quer ver acordado.
Eu sei, que sou o pecado disfarçado…
Que se alimenta dum verso.
Eu sei, que se me lerem do princípio ao fim
Não quebrarei este feitiço de alecrim.
Agora, o anjo Orfeu será meu!
E não o será só quando sonho…mas quando vivo.
Só porque houve quem lê-se… este feitiço. 
(Carla Costeira)

"...Ando de um lado pra outro,
dentro de mim, as mãos abandonadas,
pronta pra inventar uma tragédia russa,
pronta pra criar um motivo que me acorde.
(...) tinha vontade de fazer um embrulho de mim,
com papel de seda, lacinho de fita,
e mandá-lo pra você.
Aceita?"

(Clarice Lispector)

Além da janela,
assisto estática o primeiro ato
desse teatro do cotidiano.
O dia lá fora é diferente,
e meu olhar,feito fragmento solto,
voa sem sentido.
Porém,aqui dentro tudo permanece igual;
Na grade que me cerca,
vejo a solidão,gravada em letras grandes,
que só aprendi a pronunciar
quando cresci.
Tento,em vão,acordar esse poema preso,
adormecido na boca,
feito dor que me consome.
Poeta só,
as palavras saem,
mas ninguém escuta.
No último ato,
tudo sou,nada tenho.
Fecham se as cortinas do meu palco.
Rosy Moreira








Vivo somente para
encantar os corações,
para enamorar a vida,
levar os belos sonhos
às almas adormecidas,
porque sou o puro amor
sou amor além da vida!!!

 POEMAS E ROMANTISMOS