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sexta-feira, 27 de agosto de 2010


SEGREDO DE POLICHINELO
Oswaldo Antônio Begiato

Frágil, tenho medo de que revele
O segredo que lhe deixei
Guardado dentro de nosso beijo.
Quebro-me fácil dentro de sua boca;
Meus pedaços lhe entrego, sem defesas.
No meio deles, os ruídos;
Nos ruídos, a sintonia;
Na sintonia, as semibreves,
Nas semibreves, as sílabas;
Nas sílabas, as conjunções;
Nas conjunções, minha carne;
Na carne, o beijo irreversível;
No beijo, o segredo que lhe deixei.
Frágil, tenho medo de que o revele.

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