O AMOR ADÉLIA PRADO
A FORMOSURA DO TEU ROSTO OBRIGA-ME
E NÃO OUSE EM TUA PRESENÇA OU A TUA SIMPLES LEMBRANÇA
RECUSAR-ME AO ESMERO DE PERMANECER CONTEMPLÁVEL.
QUIZERA OLHAR FIXAMENTE A TUA CARA,
COMO FAZEM COMIGO OS SOLDADOS E CHOFERES DE ÔNIBUS
MAS NÃO TENHO CORAGEM.
OLHO SÓ TUA MÃO: A UNHA POLIDA
OLHO... OLHO... OLHO...
E É QUANTO BASTA PRA ALIMENTAR FOGO, MEL E VENENO
DESSE AMOR INCANSÁVEL,
QUE TUDO ROE, E BANHA E TORNA PETECÍVEL.
CAIEIRAS, DESEMBOCADURAS DE ESGOSTOS,
IDÉIA DE MORTE, GRIPE, VESTIDOS, SAPATOS...
AQUELA TARDE É DE SÁBADO
(ESSA QUE MORRE AGORA ANTES DA MESA PACÍFICA)
OVOS COZIDOS, TOMATES...
FOME DOS ÂNGULOS DUROS DE TUACARA DE ESTÁTUA;
RECOLHO TAMANCOS, FLAUTA, UM MOLHO DE FLORES, RESINAS
RESPIDES DE TEU LÁBIO QUE SUPORTA O CONDOR,
E MAIS RETÁBULOS, FACA; TUDO SERVE, É ESTILETE
LÂMINA ESCOSTADA EM TEU PEITO:
FALA! FALA SEM ORGULHO OU MEDO
QUE A FORÇA DE PENSAR EM MIM SONHOU COMIGO
E PASSOU UM DIA ESQUEZITO
O CORAÇÃO EM SOBRESSALTOS À COMPANHIA DA PORTA
DESPOSTO A BENIGNIDADE, AO REDÍCULO, A DOÇURA.
FALA! NEM É PRECISO QUE AMOR SEJA A PALAVRA
- PENSO EM VOCÊ! ME DIZ.
ESTANCAREI OS FERITROS, TÃO GRANDE É MINHA PAIXÃO
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