Oswaldo Antônio Begiato
As flores rubras,
despencadas da tenra primavera,
amanheceram na poça de óleo
mitigadas por gotas geladas de sereno.
Tão delicadas! Tão flores!
Faziam um reflexo rubro-negro
sobre a profundidade inviolável;
sobre o abismo intemporal;
sobre o infinito inescrutável.
Tão copiosas! Tão flores!
E nada mais no Universo todo
continha tanta doçura e tanta tristeza e tanta eternidade
como aquela imagem solitária abandonada à margem da rua.
Tão infindáveis! Tão flores!
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