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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010



Tristes olhos que "flexaram"seus olhos!
Meu coração não raciocina, e,
cego para o espelho da culpa
fita o "horizonte perdido"
nos confins da esperança
de dormir para sempre
a mais distante lembrança...

E se o Sol se esconder no silêncio
das colinas da incerteza dessa luz,
qual ave sem rumo no espaço
sobrevoarei o "morro das ilusões"
e, pousarei meu cansaço,
meu corpo, minha alma, numa cruz.

Qual nômade nessa terra de incertezas,
vagueando sem rumo nos caminhos do amor,
na esperança morta de ser su'alma afim,
seiva da vida, qual seiva da flor,
sigo ao acaso...
Vou...

E se eu me perder nas sombras do medo
de encontrar a mim mesma
amando um impossível amor,
fugindo me esconderei no abismo do silêncio,
e nas profundezas das lágrimas
sufocarei minha dor.

Levarei nos recônditos de minh'alma
as tristezas que vivi aqui.
Tenho o céu por teto incerto,
como moradia, o deserto,
e a solidão que colhi.

Tenho a noite por companheira.
Deusa negra, muda, me abraçou...
Sigo no escuro de seu manto,
perdida em seu doce encanto,
sigo ao acaso...
Vou...



Vanda de Freitas Bezerra 

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