AMOR ILUSIVO
Vaguei... Parti meu coração
Na procura de um amor...
Agora vivo na solidão,
Agonizando a minha dor.
Não me sai do pensamento
Os carinhos que eu tive...
Mas numa paixão não vive,
Se em ti tiver tormento.
Tinha o aroma de uma flor
Todo o ar que eu respirava...
E em mim nunca faltava
Os sentimentos de amor.
Era grande e soberano
O que eu sentia no meu peito,
E não tinha um só defeito
Neste afeto meigo e ufano.
Mas em mim não respondeu
A afeição que eu procurei
No teu engano eu falhei,
Pois teu amar não era meu.
Vaguei... Foram delírios e ilusão
Eu amei sem nenhum pudor,
Agora vivo na solidão...
Agonizando a minha dor.
(Poeta Dolandmay)
*© Direitos Autorais Reservados*
Violá-los é Crime! Art. 184
Casa Arrumada
Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.
Carlos Drummond de Andrade
Fogo
Tua boca arde em versos
Cala o vento
Sopra afagos
Abarca
Navega
Cala frestas
e a poesia molda
o sal da minha pele
Vanderluza T. de Albuquerque
CHORO A DOR
Acalmo meus passos,
No compasso do silêncio.
Tropeço em ânsias..desfaço.
Choro a dor que trago,
Das loucuras que
Nascem comigo.
ManyPallo
Eu vejo que tens asas,
Acaso és um anjo?
Se for não és tão puro,
Anjo de ilusão, perjuro...
Asas transparentes,
sem coração...
Um pecador ,
Anjo serpente, cobra,
Anjo que é sobra,
De tanto e louco amor...
Eu caminhando,
Nos labirintos do céu,
Não sei porque,não sei...
Te vi passando, voando,
Seria um anjo sem véu ?
Não sei,.. plasmei as plumas
as penas,...
Das tuas asas e te amei!!!
Dorothy de Castro
.
Indignação
Além de frases e palavras,
roubaram até a "Alma Minha"!
Ahhh...
Como deve ser triste a vida
de uma pessoa tão vazia....
(Ginna Gaiotti®)
Publicado no Recanto das Letras
Código do Texto:T3095507
Chamo... Amo...
Acho no meu rastro,
No compasso do meu passo,
Involuntariamente faço, o traço
Do espaço, meu e teu espaço,
Laço, enlaço, abraço,
No verso, inverso,
Reverso, perverso,
Pedaço do deserto,
Incerto, inquieto,
Completo, incompleto,
Certo, incerto,transverso,
Pisco, risco, rabisco,
Ação, canção, emoção,
Lembro, relembro, refaço,
Sensação, coração,
Novamente, chamo,
Loucamente amo.
Marisa de Medeiros
“Desejo de voar”
Por vezes, imobilizada e muda o ar me falta.
Destemida, quero o domínio de minha historia.
Por vezes retenho anseios que em mim ressalta
E imóvel, abandono no trajeto, minha memória.
Por vezes, vejo as possibilidades embargadas.
E meus débeis gestos se dissimulam em evasão
Por vezes a liberdade que me é devida, tombadas.
Dissimulo atos aflitos, mascarando a emoção.
Por vezes, quero só respirar o odor da aragem.
Tantos vínculos que me aprofundam, refrear.
Por vezes impor ao silêncio minha linguagem
Apagar vestígios que o tempo traz ao paladar
Por vezes, desejos secretos, esmaecidos, alforriar.
Dispersar as borboletas, num livre e pueril voejar.
Glória Salles
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