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sexta-feira, 12 de agosto de 2011








CONTANDO HISTÓRIA...

No quarto da rapariga em noites mortas,
Entrava um homem de casaco preto,
De ar sisudo e de dedos longos...
Abria a porta mansamente a moça,
E a maçaneta velha e já bem torta,
Acostumada ao visitante, zune...
Num barulhinho infame voz de morta,
A rapariga veste um camisão,
Tão largo quanto o riso debochado,
Com que recebe o amante costumeiro...
Não é bordel é casa de frequência,
O quarto é dela ,é so´da rapariga...
E o que acontece nessa permanência,
Sem indecência sem nenhuma briga,
O que acontece? nada, minha flor...
Despem casaco preto e camisão,
Rolam no cio  frio desse chão
E se abraçando os dois fazem amor!...

Dorothy de Castro  Orgasmo Poético

ARTE PROFANA
Me sinto assim sendo pintada e amada
Por ti em arte tão mitológica e lógica
Numa paixão insana arte profana...


Meus seios nus tocados e retratados
Pelos pincéis que usas quando me abusas
E pintas um quadro quadrado e deflorado...


Perturbadora dramática a sua obra
Me cobra o encanto da tela em várias cores
Efeito claro-escuro monumental...


E me colocas ai entre teu bem e teu mal
Te vejo assim tão languido entre os amores
Os meus pintores sagazes e tão vorazes...


Meu corpo exposto pintado por teus poemas
Em temas onde me usaste na madrugada
Enquanto pintas e as tintas são derramadas!...


Dorothy de Castro







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