O poeta curti o silêncio
porque as rimas
são mágicas...
E onde as alegrias serão
íntimas e secretas
a cada verso materializado.
No silêncio guardamos
o abraço da despedida,
a saudade de quem amamos,
na certeza ou dúvida
de um reencontro nesta vida.
Vou gritar no silêncio
e esperar minha alma estremecer,
aguardando o doce olhar
surgir no amanhecer.
A solidão que agora restou
não é sofrimento
para o Poeta do Silêncio.
Pois ele guarda o último
abraço...
Como prova de um grande e
eterno sentimento.
[Fernando Matos]
"Não deixe a saudade matar
quem te amou pra valer.
Porque virei prisioneira
da recordação
e da paixão por ti"!
Débora Lisbôa
O amor
Um átomo,
um pormenor,
um grito.
Um bocejo,
uma faísca,
um salto.
um tombo,
um tic-tac,
um choque.
Um mergulho,
um acorde,
um raio.
O amor.
Descrição perfeita das estrelas,
que lá não mais estão,
mas ainda assim podemos contemplar
a intensidade do seu fulgor.
O amor.
Diferente de tudo,e ainda assim tão igual.
Ao nascer,fez-se em si imortal.
Inseriu-se em verbos sem conjugação.
Recorrendo à fé,mais que um mito se fez.
Sem qualquer pudor expôs sua nudez.
No afã de ambíguo ser,a guerra desencadeou
após a paz estabelecer.
Se olharmos em volta,desolação dá pra ver.
Contudo,necessário faz-se ainda em meio à dor
por tantos mortos e feridos.
É o amor.
Página de um livro incendiado
que procuramos em meio às cinzas.
Desejando encontrar,ao menos,uma palavra viva.
Migalhas daquilo que se perdeu.
Saciar com elas a fome do que nos devora
e à alma consome.
O amor.
Aquilo que do fim faz-se o início.
Um vício.
Um tear,
uma roca sem fio.
À pele esperando proteger do frio,
o medo esperando proteger da noite.
Uma foice.
E de quem a segura,as cansadas mãos.
Tentando um resgate onde não há salvação.
A luz no final do túnel sem fim.
O amor é assim.
Parece com o que se movimenta dentro de mim...
Viviane B. Pinheiro
Foi ontem
Nenhum comentário:
Postar um comentário