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segunda-feira, 12 de setembro de 2011






VENENO

Jenário de Fátima
 
Se alguém lhe fala mal de outra pessoa
E fala assim, despudoradamente,
A mesma voz que agora a ti ecoa,
Falara também de ti, futuramente.
 

A palavra que corta, que atordoa,
Como um punhal que, impiedosamente,
Vai dissecando, por motivo a toa,
A carne de uma vítima inocente,
 

Talvez seja o maior mal da humanidade...
A coisa mais baixa que alguém recorre
Pra ferir outro alguém com crueldade.
 

Mas a vida por vezes vem puni-la.
Às vezes ela agoniza e até morre,
Pelo mesmo veneno que destila.




Sinto um vulto de mistério.
 Um deserto entreaberto,
Nos meus pensamentos,
 Longe de você.
Tento amordaçar minha saudade.
 Mas fico tão indefesa,
 Sem poder gritar seu nome.
 
 ManyPallo



VESTÍGIO INCERTO

Sou a alma que o tempo não levou
Petrificando-me ao teu desalento...
Nas devassas noites sem luar e sem cor.

Vagando no ócio da minha solidão
Não mais consigo ter calma...
Minha essência perece nas trevas
Sem o langor de uma paixão.

Na busca extrema por uma idolatria,
Minha vida se finda no nada...
Apenas encontro indícios, apagados
Estrelas sem luz, lua sem brilho
Que não reluz o meu amor.

(Poeta Dolandmay)



À PROMETIDA II

Dá-me, oh, mulher d’estrelas
As tuas promessas,
Os teus sorrisos de paixão;
Rumor de cantigas presas...

Meu coração, ora pulsante,
Ora frenético e triste;
É teu cais distraído
Nas vozes que a persiste...

Horas doces, horas loucas
Passam por mim em vão,
No sol que queima
O meu inerme coração...

Nas luzes de velas mortas
O teu crepitar imagino
Como fada entre os lírios
A prover o meu destino...

E vêm a mim os imunes,
— Sei lá se sentem dor,
Perguntam-me sorrindo:
Por que sonhas o esplendor?

Respondo em meio pranto:
Amor cá, é tudo em vão...
Não igual, qual dela eu vejo
Lá brilhar na imensidão...

Até as rosas de setembro
Já me perguntaram um dia:
Por que não vês a primavera,
Por que não te é idolatria?

Enquanto os mentirosos
Disfarçam-se em sorrir,
Eu adormeço em tua graça
Na espera de me vir...

Minhas flores são da noite
Onde pisa o meu sonho
Cheirando perfume de lírios
No luar que te componho...

Lindos são os teus olhos
D’estrelas que não mentem,
Enquanto astros choram
A mentir o amor que sentem!

(Poeta Dolandmay)




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