PRECE
Dá-me Senhor dos Ventos...
um amor novo
amor posto à prova
que me renove feito primavera
que me remova me arremesse
me tire os pés do chão...me arranque
e me replante em carne viva.
Dá-me Senhor das Águas...
um amor novo
que refaça os sonhos em desalinho
que pesque pedaços de longa espera
que desafogue a alegria
que resgate o perdão
seu segredo...sua curva...seu caminho.
Dá-me Senhor da Luz...
um amor novo
que incendeie meu escuro
que estabeleça o sorriso
que me recomponha inteira
carne osso alma e clarão.
Dá-me Senhor de Tudo...
O calor de largos abraços
circulando esses estreitos braços largados
se deixando embalar...
numa divina sensação de ter renascido prá vida.
(Rosy Moreira)
IDEAL
Aquela, que eu adoro, não é feita
De lírios nem de rosas purpurinas,
Não tem as formas lânguidas, divinas
Da antiga Vênus de cintura estreita…
Não é a Circe, cuja mão suspeita
Compõe filtros mortas entre ruínas,
Nem a Amazona, que se agarra às crinas
Dum corcel e combate satisfeita…
A mim mesmo pergunto, e não atino
Com o nome que se dê a essa visão,
Que ora amostra ora esconde o meu destino…
E como uma miragem que entrevejo,
Ideal, que nasceu na solidão,
Nuvem, sonho impalpável do Desejo…
(Antero de Quental)
ABSORTO
Amo-te, simplesmente, amo-te
A cada palavra não dita, perdida,
entre os devaneios do meu desejo
Amo-te na gestação d'um verso,
na sombra de um sorriso,
no silêncio que antecede o beijo
Amo-te na face oculta de cada flor,
na estrela invisível ao meu olhar,
na onda a quebrar numa praia deserta
Amo-te no tempo que já passou,
no instante seguinte de minha morte
Amo-te na hora mais incerta
Amo-te assim tão completo e atento
que não apenas em meu peito
guardo-te também no esquecimento
(Marcelo Roque)
Amo-te, simplesmente, amo-te
A cada palavra não dita, perdida,
entre os devaneios do meu desejo
Amo-te na gestação d'um verso,
na sombra de um sorriso,
no silêncio que antecede o beijo
Amo-te na face oculta de cada flor,
na estrela invisível ao meu olhar,
na onda a quebrar numa praia deserta
Amo-te no tempo que já passou,
no instante seguinte de minha morte
Amo-te na hora mais incerta
Amo-te assim tão completo e atento
que não apenas em meu peito
guardo-te também no esquecimento
(Marcelo Roque)
Nenhum comentário:
Postar um comentário