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domingo, 16 de outubro de 2011


Roteiro do Silêncio

Não há silêncio bastante
Para o meu silêncio.
Nas prisões e nos conventos
Nas igrejas e na noite
Não há silêncio bastante
Para o meu silêncio

Os amantes no quarto.
Os ratos no muro.
A menina
Nos longos corredores do colégio.
Todos os cães perdidos
Pelos quais tenho sofrido:
O meu silêncio é maior
Que toda solidão
E que todo silêncio

(Hilda Hilst)








COMO TODO DIA DE SOL

Olho para todos os cantos...
E nada é tão triste,
Quais os dias que me existe
Sem ter o seu amor...

Apenas de um lado os ventos
Insistem em soprar...
De mim passam a desviar
Não levando a minha dor...

São tantas estrelas a brilhar
Nesse infinito sem fim...
São tantas noites de luar...
Mas nada clareia em mim.

Olho para o mar revolto
Em espumas enlouquecer,
Qual não é em minhas veias
O sangue a me aquecer...

Procuro os instantes loucos
Das noites em seu primor,
Que foram de mim aos poucos
Se distanciando de você...

Eu vou pedir a esperança
Como pede todos os sonhos,
Nos versos que eu componho
Eu vou pedir o teu viver...

Olho para todos os cantos...
E algum já vejo alegre,
Já me parece está tão breve
O teu novo existir...

Assim vou seguir cantando...
E de você eu vou aumentando
As esperanças de me vir...

São tantas estrelas a brilhar
Nesse infinito sem fim...
São tantas noites de luar...
E você, já brilha em mim!

(Poeta Dolandmay)




 



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