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domingo, 11 de março de 2012



T E N T A Ç Ã O

São dez horas menos quinze,
Tenho o alfinete dourado,
Me segurando o decote...
mangas bufantes em seda,
Cabelos presos em coque,
Esperando o meu poeta...
Que fala do amor de Deus...
E no palácio a desdita,
Do amor que ele já não quer...
É evidente que não!
Tenho que dormir, eu tenho...
Pra que venham belos sonhos,
De um salão de baile antigo,
Onde ele dance comigo,
E me aperte junto ao peito...
Na sua benevolência,
Talvez a boca me beije...
E esqueça aqueles sinos,
Deus salve a America louca...
E os beijos daquela boca,
Que meu poeta deseje!!!

[Dorothy de Castro]




ALMA EM PEDAÇOS

ALMA EM PEDAÇOS
Eu corto a minha alma
em pedacinhos...
Em coloridos vivos
quadradinhos...
Cada recorte é sério
puro mistério...
Poço onde eu jogo a sorte
em moedinhas...
Cara ou coroa ou nada
que tenha vida...
Numa intimista calma
que corta a alma...
Em quadradinhos temas
que vou juntando...
Faço poemas antes
que chegue a hora...
De enlouquecer... morrer,
ou ir embora!...


Dorothy de Castro Poesias Pontilhadas









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