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sábado, 1 de janeiro de 2011





























Ilusões
Como o poeta que escreve na areia,
Versos que o mar encobre sem demora,
Como o forte raio que o céu braseia,
Clareando o espaço e indo logo embora.
Como a vela branca que dança e ondeia,
Desaparecendo oceano afora
Tal qual arco-iris que no olhar tonteia
E em breve instante se esvai, descolora.
As ilusões são sempre deste jeito,
Ficam breve tempo, mas logo se soltam
De esperança tomam e enchem o peito
E os nossos sonhos protegem, escoltam
Mas sem que ninguem possa entender direito
Vão se quase sempre e nunca mais voltam

Jenário de Fatima. 




























Só Quero
Não quero nada que pra mim não esteja
Tangível, palpável, bem ao meu alcance. Nada que 
me oprima, me exaure ou lance
Por um caminho que não sei qual seja.
Também não quero, que se alguém me veja
Por silhueta ou por vaga nuance
Eu possa parecer alguém sem chance
Mas que insiste em sua cruel peleja,
Só apenas quero, que se chegue o dia
Nas voltas tantas porque gira o mundo
Eu venha conhecer a fantasia
Daquilo que na vida inteira clamo.
Que é ver a eternidade de um segundo
Ser resumida num só dizer – Te amo...



               Jenário de Fátima

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