Arranco do âmago um baú,
pedras raras,
preciosas, a mensagem por gritar.
Abomino
os sermões,
que questionam o tesouro que me habita,
mas pesa a culpa ,
porque transporto estas vozes,
estas palavras,
soterradas em mim,
germinando sem licença,
possuindo os sentidos.
Nunca sublimei instintos,
nem desviei o rio do seu leito,
porque sou chamada assim,
a proclamar alturas e lonjuras,
a colocar epitáfios nos portais,
anunciando o antídoto da morte?
Deixai-me ser ponte,
istmo,
corda de sisal,
trocar de margem,
dormir sob o lodo,
descansar meus nós na paz desejada.
(Helena Figueiredo)
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