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sábado, 26 de novembro de 2011







Minhas mãos tão longe de ti,
e eu me perco entre um gole e outro,
ouvindo um Blues...
Os teus olhos me procuram,
e como num sonho, me parecem tão distantes,
ouvindo um Blues...
Você dança sozinha, parece me chamar,
o seu corpo desliza suave...parece me chamar,
ouvindo um Blues...
Essa guitarra me alucina,
aqui tudo parece você,
e eu me perco entre um gole e outro,
ouvindo um Blues....

Luiz wood






pise silenciosamente,
entre no meu tatame,
mansa, calma, linda,
ande, pés infame, pise,
esconda-se no meu edredon,
venha sem pele, nua,
linda, minha e crua,
mas, pise silenciosamente,
entre no meu tatame,
deixe o calçado do lado de fora,
junto com suas roupas,
quimono suado, nossa luta,
brilhos tantos, nossa lua,
e você linda, minha e nua,
linda, minha e crua,
entre no meu tatame,
linda gueixa e guerreira,
pise silenciosamente,
e entre no meu tatame!



Luiz wood


foram tantos e tantos olhares trocados,
mãos tão estupidamente atrevidas,
bocas tão aflitas, que chegam a ser ridículas, como as cartas de amor,
desejos revelados, coloridos, preto e branco, sépia, negativos, polaróides,
corações sem dono, cães vadios, gatos de rua, abandonados,
sedução lavanda, colhida em jardins, em vasos, terrenos baldios,
pensamentos vagos, soltos, jogados, ignorados,
olhos bússolas, ansiosos pelo norte, teu sul-sudeste, perdido nos pólos,
possuídos, santos, terreiros, altares, velas, bruxedos,
sem domínio, me perdi em seu colo,
venha, me possua e me tenha....
....te adoro!
do modo que for.


Luiz wood

Ouvi borboletas no piano,
música nos seu olhos,
arfar no peito.
Ouvi mar no seu olhar,
sombras no quarto,
e rezas no seu altar.
Ouvi voz no aço frio,
dor na saudade,
deserto na alma.
Ouvi flores no jardim,
chuva no pomar,
cantigas de ninar.
Ouvi meu nome,
gritei o seu,
e borboletas no piano.
Luiz wood



Olhar suas mãos,
é como ver o campo de trigo,
serenas, ondulantes.
É como estar em comunhão com a terra,
voar solo infinito,
estar cansado de guerra.
Sentir teus seios,
é cantar cantiga de Salomão,
como um cacho de uva,
ardentes desertos,
é vulcão.
Seus olhos são arado,
terra revolta, prenha.
É volúpia de fome,
água que inunda, sacia, afoga.
Seu sexo, terra ávida,
prenhe, entregue, frouxa.
Fértil acolhe carícias,
e num sorriso claro,
me mostra os dentes,
toma a minha mão, me carrega,
recebe minha semente.

Luiz wood

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