A "Era" do descartável
Hoje em dia vivemos numa Era em que tudo é descartável, ora são os sacos de plástico, ora os copos, enfim todo um manancial de "coisas" que aparentemente foram inventadas para nos facilitar a vida de forma a que pudéssemos ser mais felizes?!
Será mesmo?!
A questão mais crítica é que se transferiu o lema do usar e deitar fora, dos artigos para as pessoas e para as emoções, e isso é que é realmente grave.
Hoje em dia as pessoas usam-se e depois descartam-se umas das outras como se de um simples copo de plástico se tratasse ...
Mas bem pior, porque relativamente ao plástico ainda começa a aparecer a preocupação da reciclagem, e quanto aos sentimentos?
Na procura do prazer e da felicidade imediata, as pessoas atropelam-se, iludem-se, usam-se e magoam-se sem dó nem piedade, e sem reciclagem " possível.
Quem nesta Era se vê, de repente, desirmanado, apanha um grande choque porque nada é como era há uns anos atrás, em que as pessoas procuravam nas outras os mesmos objectivos; faziam planos de vida em comum; procuravam construir a felicidade.
Hoje em dia, as pessoas procuram a FELICIDADE, como se de um artigo de consumo se tratasse .
Algo físico e palpável, e não, o que realmente é, algo que se constroi, que se partilha e que é feito de pequenas insignificâncias.
Hoje, as pessoas conhecem-se, relacionam-se sexualmente uma ou duas vezes, e descartam-se passando para a próxima "relação".
Cada vez ficam mais frustadas porque aquela ainda não é a tal ou o tal.
Mas para descobrir isso é preciso bem mais do que uns simples encontros físicos...
É preciso conhecer o outro; conhecer os defeitos e aceitá-los; é preciso querer ver mais fundo. Apaixonarmo-nos por alguém é um investimento grande; e manter uma paixão requer muito empenho.
Mas hoje, na era do fast-food; ready-to-wear; do-it-yourself, o "amor" passou a ficar conotado como descartável e quem não aderir ao fast-sex, pode correr o risco de se sentir inadaptado.
Pois bem, como diz uma amiga minha, prefiro ser inadaptada.
Não sou descartável.
Não sou de usar e muito menos de deitar fora.
Sou de Amar e valorizar, porque eu valorizo os outros, valorizo-me e amo muito.
Não sou púdica nem conservadora. Não condeno quem se sente feliz com esta forma de viver, apenas não é o que eu quero para mim.
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