Lá na volta do outeiro, um conversar sem fim...e
ela vinha, suave e tranquila, com seu vestido leve de chita branca e solidão!
Quem a via passar se calava e apenas a viola
dedilhava em respeitoso dedilhar de dedos esperando esperançosos. Um clamor
levantado feito poeira leve, daquelas que dão secura na boca querendo beber da
fresca.
Trazia nos olhos a esperança do amor, a promessa
de vida, desejos e coisas tais assombrosas...ah! mula sem cabeça, escoicienta e
bravia, fure meus olhos pra eu não ver a partida. Cale meus olhos.
Em cantigas rangidas ela passava e o mundo calava.
E passava por nós...apenas passava e se ia...nunca
voltava!
pegadas de saudades!
Luiz wood
ela vinha, suave e tranquila, com seu vestido leve de chita branca e solidão!
Quem a via passar se calava e apenas a viola
dedilhava em respeitoso dedilhar de dedos esperando esperançosos. Um clamor
levantado feito poeira leve, daquelas que dão secura na boca querendo beber da
fresca.
Trazia nos olhos a esperança do amor, a promessa
de vida, desejos e coisas tais assombrosas...ah! mula sem cabeça, escoicienta e
bravia, fure meus olhos pra eu não ver a partida. Cale meus olhos.
Em cantigas rangidas ela passava e o mundo calava.
E passava por nós...apenas passava e se ia...nunca
voltava!
pegadas de saudades!
Luiz wood
1
VERDADE
A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
(Carlos Drummond de Andrade)
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