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segunda-feira, 1 de agosto de 2011


































Lá na volta do outeiro, um conversar sem fim...e
ela vinha, suave e tranquila, com seu vestido leve de chita branca e solidão!

Quem a via passar se calava e apenas a viola
dedilhava em respeitoso dedilhar de dedos esperando esperançosos. Um clamor
levantado feito poeira leve, daquelas que dão secura na boca querendo beber da
fresca.

Trazia nos olhos a esperança do amor, a promessa
de vida, desejos e coisas tais assombrosas...ah! mula sem cabeça, escoicienta e
bravia, fure meus olhos pra eu não ver a partida. Cale meus olhos.

Em cantigas rangidas ela passava e o mundo calava.
E passava por nós...apenas passava e se ia...nunca
voltava!

pegadas de saudades!
Luiz wood












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VERDADE

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

(Carlos Drummond de Andrade)






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