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sábado, 29 de outubro de 2011



NAMORO ANTIGO

Eu com vestido de chita
Blusinha bem decotada
A saia muito rodada,
Te esperava no portão...
No rosto o papel crepon
era rouge e na boca
o mesmo baton e que suje
eu nem ligo dizia eu...
Bem noitinha sem lanternas
Só a lua alumiando
As perninhas tremulando
Ai que raiva dessas  pernas...
Você não chega azar meu
De repente lá no escuro
Um sujeito pula o muro
E chega devagarinho...
Meus olhos arregalados
Olham bem dentro dos  seus...
Não tem nada complicado
Só nossos lábios molhados
Se mordendo nos beijinhos!!!


Dorothy de Castro -

CÂNTICO A FLOR DOIRADA

Olhas o destino que a ti desses, e bela
Não digas ser apenas a frívola vida...
Mas vejas, que não tenhas mais garrida
Como as moças das antigas aquarelas.

Em feitiços fossem as cantigas delas...
Em benditas soais, por já, tua voz caída:
Que, portanto tu és a ensandecida
Com o teu infindo fulgor de estrelas...

Achocalhando as suas tranças doiradas,
Vais... e sonhas, vais... e cantas: ó lua,
Já que sois de ti o beijar das alvoradas...

Pois glória, alegria à suas mãos amigas!
Que, tua existência já se perpetua
Nas mais tão belas e infindas cantigas...

(Poeta Dolandmay)






O meu despertar,
Tem seus olhos.
Cheiro da mata.
De campos azuis.

Esperança no rosto.
Lençóis jogados.
De peles suadas.

O meu despertar,
Tem gosto,
Dos nossos sonhos.
Convite delicioso pra vadiar.

ManyPallo



DISCURSO VAZIO

Penetra surdamente no reino das palavras.

Lá estão os poemas que esperam ser escritos.

Estão paralisados, mas não há desespero
há calma e frescura na superfície intata
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.

Tem paciência, se obscuros.

Calma, se te provocam.

Espera que cada um se realize e consuma
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.

(Carlos Drummond de Andrade)








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